quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Papiro copta do século IV diz que Jesus era casado

Isso explica porque ele preferiu morrer na cruz.

Reportagem aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Islã e o Espiritismo

Segundo a crença muçulmana, Allah (ou Deus), criou três tipos de seres. Os anjos, os djinn e os humanos.

Cada um desses seres é constituído por algo distinto. Os anjos foram feitos da luz. Os djinn foram feitos do fogo. E os humanos foram feitos do barro.

Os djinn, ou gênios, são seres que coabitam a terra com os seres humanos, mas - por serem feitos do fogo - existem em uma freqüência que os humanos são incapazes de perceber, embora a recíproca não seja verdadeira.

Desde de o nascimento, toda pessoa passa a ser acompanhada por um djinn que, como os homens, tem personalidade. E essa personalidade pode afetar de forma positiva ou negativa o acompanhado, sendo, possivelmente, a causa para males, depressões e outros distúrbios não explicáveis fisicamente (ou seja, por um desequilíbrio hormonal, um trauma, etc).

Assim como os humanos, os djinn são seres mortais, entretanto, bastante mais longevos que os homens acompanhados.

Ainda segundo o islamismo, os mortos não fazem contato com os vivos. E isso é terminativo.

Mas então, como explicar as informações que os espíritas conseguem obter, informações que parecem tão fidedignas?

O islã acredita que os médiuns se comunicam não com o morto em si, mas sim com o djinn que o acompanhou desde o berço e que, portanto, sabe em detalhes sobre a vida do falecido. Fantástico!

Não sei se alguém me lê. E se, entre os que me lêem, há algum espírita. Mas adoraria ver como o espiritismo interpreta essa questão!


sexta-feira, 19 de março de 2010

Discurso

Grande sacada de Natiscreyde.

Na colação de grau do meu irmão, a professora homenageada falava que o futuro era sustentabilidade ambiental, preservação do meio ambiente, etc.

Enquanto isso, aos formandos era servida água. Em copos de plástico.

sábado, 13 de março de 2010

Revista

Certa vez saímos eu e uns amigos prum canto bem barra-pesada... Quando o primeiro foi entrar, passou pelos seguranças para revista.

Alisa daqui, alisa dali, o segurança olha surpreso para o meu amigo e pergunta:

- Você não trouxe arma nenhuma?
- Não.
- Você tá doido?!?!?!

Nos entreolhamos e partimos...

Como diz meu velho pai "Pássarinho que come pedra, sabe o c* que tem"...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Seqüestro de Agendas e Vampiros

Faz algum tempo, li um post no blog d'A Feminista sobre o sequestro de agendas sociais por grupos de interesse. Achei-o realmente interessante. Ela exemplificava com o caso do aborto.

Antes, o debate se dava em termos de princípios e do direito da mulher sobre o controle de seu próprio corpo. Mas o debate atual, talvez por influência do presidente Lula, mudou. A questão não é mais de princípios, valores. É, atualmente, uma questão de saúde pública.

Talvez, segundo ela, seja mais fácil dobrar a mente conservadora dos brasileiros por meio dessa guinada tática, mas o cerne da questão, o direito da mulher em ser dona de si, é tornado subjacente. Em post mais recente, ela afirma:

"Então a gente usa via torta pra legitimar e fazer passar as políticas públicas que nos interessam e acabamos alimentando a lógica. É assim que nós fazemos com o aborto, quando concordamos em colocá-lo na pauta da Saúde Pública. Nós sabemos que é uma questão de autonomia do sujeito. Mas fingimos que ele tem que ser liberado porque é uma questão social e que as ricas fazem enquanto as pobres morrem. É verdade isso. Mas não deveria ser o caminho da luta. Os fins justificam os meios, mas até chegar no fim as pessoas já estão bem burras." (grifos dela)


Pois então, eu queria ter sido o inteligentão que teve essa sacada. Morri de inveja mesmo. Mas, obviamente, como Joseph Climber, não poderia me deixar abater. Rasguei a procurar temas similares, agendas sociais, questões de direitos e princípios e tal, mas sou muito alienado pra isso... E veio a luz.

Vampiros. Os vampiros eram seres sobrenaturais, com um quê de metafísico que lhes trazia todo o charme de seres irresistíveis das sombras. Os filmes os tratavam como tal. "Drácula de Bram Stoker", "Entrevista com o Vampiro", "Garotos Perdidos", etc*. Mas isso mudou. Hoje, o vampirismo é uma doença, normalmente um vírus. A causa é biológica. Não se trata de uma batalha do bem contra o mal (o mal atraente, charmoso), mas sim de uma doença como o HPV. Que te dá poderes especiais. São exemplares dessa tendência moderna a trilogia "Blade", a saga "Crepúsculo", "Anjos da Noite", etc.

Enquadraram o sobrenatural.

Desenhando: o tema vampiros está para aborto, assim como os princípios estão para o sobrenatural. A mudança veio com a saúde pública, cujo equivalente são os vírus vampiros. Saúde pública e vírus são temas muito mais acessíveis do que princípios e a metafísica. Talvez os debates tenham realmente se banalizado, resultado da massificação do conhecimento. E junto com a banalização, foi-se a profundidade, e com ela, o charme...

Massssss, ainda bem que as eleições para dar uma melhorada na qualidade do debate! =D

PS: Mary W., se algum dia você vier a ler aqui, eu não queria esculhambar com o tema não, mas tenho de viver com minhas limitações.

* Eu queria muito acrescentar Vamp nesse metié, mas aceito que seja uma novela. A melhor de todos os tempos, por sinal.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Dr Casa

Tive, faz já algum tempo, um professor no sentindo mestre da palavra. Era um cara fantástico que me apresentava a discussões que eu quase nunca conseguia acompanhar, de tão complexas, inteligentes, interessantes e vários adjetivos elogiosos.

Um dos debates era a respeito da necessidade que a ciência tem de ter seus nichos para poder florescer. Quando ele começou o debate, previ que falaria da física, química ou biologia, das hard sciences. Mas não, ele começou a falar da medicina.

Antigamente, embora houvesse universidades e tal, não havia hospitais na acepção contemporânea do termo. Os enfermos ficavam em suas casas e os médicos era chamados para o atendimento em domicílio. Uma vez na casa do paciente, ele tinha de compartilhar sua opinião com a da tia curandeira, da vó sábia, do pai com sua autoridade moral que por vezes transbordava para outras áreas, etc.

O resultado: a opinião do médico era mais uma dentre várias outras opiniões. Não havia a autoridade como há hoje, de o médico ser quase um semi-deus que traz luz à escuridão da dor e da doença. E como isso mudou?

Hospitais. Uma vez que o doente sai de sua casa e vai para outro local, a autoridade é transferida durante o trajeto. E termina no médico. No hospital, quem sabe e quem manda é o médico. Pai, mãe, avó, tia, são todos leigos e a opinião deles se confunde, mas nunca com a da autoridade estabelecida.

Obviamente, a ciência da medicina se catapultou a outros patamares com a criação dos hospitais. Os doentes estavam agora reunidos. Sintomas similares podiam ser agrupados e as doenças passavam a ser observadas diuturnamente. Pacientes e estudos de caso passaram a se confundir, médicos podiam estudar a evolução dos sintomas e, após o falecimento, estudar os cadáveres. Definitivamente, todos se beneficiaram. A medicina, os paciente e, especialmente, os médicos, com toda autoridade que lhes era agora devida.

Atualmente, a instituição do "doutor" com sua sapiência já está estabelecida e consolidada (embora a internet tenha hoje o papel da mãe, da vó, da tia, do pai de antigamente... mas isso é tema para outro possível post). A autoridade do médico se estende para suas clínicas particulares e lá, sua palavra é quase lei. E como o ser humano por dentro do médico reage a isso?

Mal. Enquanto o médico antigo era obrigado a ver o paciente como um ser humano, por estar na arena do "adversário", ou seja, na casa dele. Muitos médicos hoje se comportam como o Dr House, divertidíssimo para o sadismo nosso de cada dia, mas que - quando levado ao caso concreto, pessoal - deixa de ser bacana. Muitos dos médicos parecem se esquecer de que seus pacientes são seres humanos que sentem medos, inseguranças e desesperos.

E foi uma dessas médicas, que vêem seriados demais, que atendeu a Dona Encrenca. Ela fora a uma dermatologista a fim de entender uma crescente queda de cabelos. E a Dona foi informada de que poderia ser alopecia, ou seja, calvice feminina. Já bateu o desespero... Alguns dias depois, após o fim da novela, quando aparecem os depoimentos, surge uma senhora e fala que teve alopecia, ficou completamente careca e como foi dolorido. Resultado: A Dona Patroa péssima, auto-estima boiando junto às placas tectônicas.

Alguns dias depois, a Dona Patroa vai a outro médico, que viu os exames e, principalmente, enxergou o ser humano detrás daquela formosura toda. Atendeu-a, tranquilizou-a, agiu como profissional adulto, que se preocupa com o paciente, e não com a doença. E por isso, ele já virou o médico de confiança dela, e o meu.

Dr House é entretenimento viciante, mas a sua versão de carne e osso não rende mais que um episódio piloto.

PS: Era só stress. Relaxa, nanica!




quarta-feira, 10 de março de 2010

O segredo de seus olhos

Vi, domingão agora, um filme interessantíssimo com minha melhor amiga que, por sinal, está de malas prontas para mudar-se para terras hermanas. Filme ganhador do Oscar e tudo!
O filme "O segredo de seus olhos" trata da inciativa de Benjamin Espósito, personagem de Ricardo Darín, em escrever um livro sobre um estupro seguido de assassinato que ocorrera em 1974, em Buenos Aires. O personagem, já aposentado, procura sua antiga chefe, Irene Hastings ("pronuncia-se em inglês, não em espanhol"), para que ajude a rememorá-lo e elucidar o crime.

A dinâmica entre os dois se deve a um amor platônico cultivado por Espósito que, embora correspondido, jamais se concretiza. De forma bastante sutil (até o momento em que se confrontam com um antigo adversário profissional), o trama expõe que o romance não desabrochou em razão das diferenças sociais. Espósito, um simples Oficial de Justiça subordinado a Irene, não pertencente à aristocracia, não poderia envolver-se com sua amada. Em certo trecho, Irene afirma que sua família é praticamente senhora feudal no interior do país.

Complementarmente, o jovem bancário esposo da vítima diz ter conseguido extrapolar sua timidez e abordá-la, casando-se algum tempo depois. Espósito, talvez por nunca ter conseguido concretizar seu amor, solidariza-se especialmente com o bancário, que se apaixonou, expôs-se, casou-se e teve seu amor destruído. Em algum grau, há uma ligação mais profunda de Espósito com a dor da perda do marido. Ambos são vazios, ambos perderam a quem amam. Espósito, entretanto, ainda pode mudar sua história...

E para isso vai atrás do suspeito que, adivinhe!, também era apaixonado pela vítima. O insight de Espósito surge da observação de um álbum de fotos de família, em que o perpetrador olha destacadamente a esposa, de forma que não combina com o ambiente. Numa bela rima, algumas fotos de Irene e Espósito são apresentadas durante o longo e Espósito, da mesma forma, tem um olhar para Irene que se destaca... Irene, inclusive, regateia "Você sempre sai com esse olhar bobo"! =D

Para mim, o momento mais significativo, ocorre ao fim da trama, quando... SPOILER, SPOILER ...Espósito e o esposo dialogam, e o diretor Juan José Campanella, inspiradíssimo, foca parcialmente os personagens. Nesse instante, o esposo é focado apenas do nariz para cima, sua boca é escondida pelo ombro do protagonista. Espósito, da mesma forma, tem apenas uma de suas faces filmadas, sendo a outra encoberta pela filmagem da nuca do marido. O diretor parece dizer, sutilmente, que ambos são homens incompletos, pois faltam metade de suas caras, ou, "suas caras-metade", de forma diferente, mas similar. Eles não se completam, mas são igualmente deficientes... Lindíssima metáfora!

Belíssimo também é o trabalho do roteiro, completamente amarradinho, coerente, coeso, intenso, misterioso e divertido! Sandoval, assistente de Espósito, é um espetáculo a parte. O Diretor, vale a pena lembrar, é diretor de episódios de Law and Order: SVU, a parece ter aprendido perfeitamente como fazer reviravoltas e levantar a bola do debate!

Ao fim da projeção, minha amiga se debulhava em lágrimas! O filme a tocou no aspecto emocional, nos amores perdidos... O filme me tocou também intelectualmente! Prato cheio para o cérebro e para as emoções!


Ficha Técnica: Diretor Juan José Campanella. Roteiro: Eduardo Sacheri e Juan José Campanella. Elenco: Ricardo Darín, Soledad Villamil, Pablo Rago, Guillermo Francella, Javier Godino, Carla Quevedo, Mariano Argento, José Luis Gioia.